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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

ALEXANDRE [O GRANDE] E SEUS AMANTES



ALEXANDRE
Embora seu verdadeiro título fosse Alexandre III da Macedônia, ele se tornou mais conhecido pelo apelido Alexandre o Grande, as vezes também chamado Alexandre o Magno, entrando para a História como o maior conquistador de todos os tempos.
Alexandre nasceu em 20 de julho de 356 a.C., era um dos 3 filhos do rei Filipe II e de Olímpia do Épiro, uma fiel mística e ardente seguidora do deus grego Dioniso, e faleceu em 10 de junho de 323 a.C., na Babilônia.
Em sua juventude, teve como preceptor o filósofo Aristóteles. Aos 20 anos apenas, tornou-se rei da Macedônia, na sequência do assassinato do seu pai. A sua carreira é sobejamente conhecida: conquistou um império que ia dos Balcãs à Índia, incluindo também o Egito e a Báctria (aproximadamente o atual Afeganistão). Este império era o maior e mais rico que já tinha existido.
Existem várias razões para esses grandes êxitos militares, um deles é que Alexandre era um general de extraordinária habilidade e sagacidade, talvez o melhor de todos os tempos, pois ele nunca perdeu nenhuma batalha e a expansão territorial que ele proporcionou é uma das maiores da história, a maior expansão territorial em um período bem curto de tempo. Além disso era um homem de muita coragem pessoal e de reconhecida sorte.
ALEXANDRE
Ele herdou um reino que fora organizado com punho de ferro pelo pai, que tivera de lutar contra uma nobreza turbulenta que frequentemente reclamava por mais privilégios, as ligas lideradas por Atenas, e Tebas (a batalha de Queroneia representa o fim da democracia ateniense e por arrastamento das outras cidades gregas e de uma certa concepção de liberdade), revolucionando a arte da guerra.
A sua personalidade é considerada de formas diferentes segundo a percepção de quem o examina: por um lado é visto como um homem de visão, extremamente inteligente, tentando criar uma síntese entre o oriente e ocidente, encorajando inclusive, para isso, o casamento entre oficiais seus e mulheres persas, além de utilizar persas ao seu serviço. Ficou conhecido também pelo repEito e dignidade com que tratava o povo das cidades que conquistava, acolheu bem a família de Dario III e permitiu às cidades dominadas a manutenção de governantes, religião, língua e costumes. Era também admirador das ciências e das artes e fundou, entre algumas dezenas de cidades homônimas, Alexandria, que viria a se tornar o maior centro cultural, científico e econômico da Antiguidade por mais de trezentos anos, até ser substituída por Roma.
Por outro lado, Alexandre era também profundamente instável e muitas vezes agia de forma sanguinária, como por exemplo quando destruiu as cidades de Tebas e Persepólis e quando assassinou Parménio, o seu melhor general.
BAGOAS
São muitos os feitos históricos desse personagem, vilão para alguns e para outros um grande herói, e seria por demais longo descrever a todos. Teve pelo menos duas esposas, Roxana, filha de um nobre pouco importante, e a princesa persa Statira II, filha de Dario III da Pérsia. O filho que teve de Roxana, Alexandre IV da Macedônia, morreu antes de chegar à idade adulta.
Seu casamento com Statira tinha claramente intenções políticas, na verdade era uma estratégia para conquistar a fidelidade e a simpatia do povo persa, que ele já havia conquistado militarmente; já seu envolvimento com Roxana tornou-se célebre, ficando conhecida como uma das grandes histórias de amor de todos os tempos, mas a verdade não era bem essa.
FRANCISCO BOSCH COMO 
BAGOAS NO FILME "ALEXANDRE"
É muito conhecida a paixão que Alexandre nutriu pelo eunuco Bagoas [Bagoi no idioma persa antigo], que foi um de seus cortesãos e amantes favoritos. Destinado desde menino a ser eunuco, Bagoas foi castrado, escravizado e feminilizado pelos exércitos do rei persa Dario III, e, apesar de casado com a filha de Dario, na verdade era Bagoas a quem Alexandre mais comumente "procurava" e normalmente dividia seu leito. 
COLIN FARRELL E FRANCISCO BOSCHCOMO 
BGAGOAS E ALEXANDRE

Foi na verdade por causa de Bagoas a atitude de Alexandre em relação ao persas e sua decisão política de tentar integrar completamente os povos conquistados ao seu império ao invés de simplesmente massacrá-los e dominá-los, levando-o inclusive, para esse fim, ao casamento com a princesa Statira.
Mas apesar de sua grande paixão pelo eunuco, ainda não foi Bagoas o verdadeiro grande amor de Alexandre, esse mérito pertence a Heféstion, seu amigo de infância e seu principal e mais importante colaborador em suas conquistas ao longo de seus doze anos de constantes campanhas militares.
COLIN FARRELL E JARED LETO
NO FILME ALEXANDRE
COMO ALEXANDRE E HEFÉSTION
O historiador Arriano de Nicomédia, uma das mais respeitadas fontes sobre Alexandre, escreveu que Heféstion foi a pessoa a quem Alexandre mais amou em toda sua vida.
Era muito comum na antiguidade o envolvimento entre homens, o que não impedia que eles casassem e constituíssem família, isso era normal na cultura de muitos povos antigos, em especial os gregos, houve mesmo um período em que a união entre homens era considerada a única realmente pura, enquanto a ligação com mulheres era com fins unicamente procriativos.
Heféstion Amintoros, nascido em 356 a.C. e falecido em 324 a.C., era filho de Amíntor, um nobre da Macedônia. Foi educado juntamente com Alexandre e teve também como seu professor o filósofo Aristóteles. Sabe-se que, entre os trabalhos do filósofo, há um livro perdido de cartas a Heféstion.
Ele foi vice-comandante do exército de Alexandre, seu grande amigo e "companheiro" de toda a vida. Acompanhou Alexandre na sua campanha asiática desde o princípio, combatendo como general na cavalaria de elite. Quando passaram pela cidade de Tróia (hoje, na Turquia), Alexandre foi honrar a sagrada tumba do herói Aquiles, levando Heféstion consigo para honrar a de Pátroclo (no século V a.C. criou-se o mito que esses dois heróis da Ilíada foram amantes, embora Homero nada tenha deixado explícito).
Como já foi dito acima, no mundo grego a homossexualidade masculina era vista com total normalidade e, com esse gesto, Alexandre deixou transparecer perante todo o Exército a verdadeira natureza da relação que ambos compartilhavam .
JARED LETO COMO HEFÉSTION
Após a batalha de Gaugamela (norte da Mesopotâmia), os dois foram inspecionar a tenda da família real. Um dos episódios mais conhecidos sobre Heféstion foi quando ambos conheceram Estatira e Sisigambis, respectivamente filha e mulher do rei Dario. Segundo o historiador Cúrcio Rufo, a rainha mãe olhou para os dois homens mas prostrou-se perante Heféstion, que era mais alto e bonito e, segundo a lógica persa, quem mais chamava a atenção era o rei. Ao ser alertada pelo seu engano, ia prostrar-se novamente perante a Alexandre, mas este a levantou e a corrigiu dizendo: "Não te preocupes rainha mãe, não cometeste erro nenhum. Ele também é Alexandre".
Por ser um dos poucos em quem Alexandre confiava, além de sua autoridade militar, também recebeu amplos poderes políticos. Antes da invasão da Índia e cruzar o Hindu Kush, no atual Afeganistão, Alexandre o nomeou ministro, reconhecendo como segundo homem do seu reino. Quando Alexandre casou-se com a princesa Estatira da Pérsia, filha do rei Dario, deu a Heféstion por esposa a jovem princesa Dripetis, de modo que passaram a ser cunhados.
COLIN FARRELL COMO ALEXANDRE
No outono de 324 a.C., no retorno após terem conquistado o Vale do Indo, quando o exército macedônio se estabelecia em Ecbátana para passar o inverno, Heféstion caiu doente e não se adaptou à dieta rígida. Desconsiderou as prescrições médicas, comeu frango assado, bebeu vinho arrefecido e morreu. Os sintomas apontaram febre tifoide, mas suspeitou-se de envenenamento. Independente da causa de sua morte, os historiadores dizem que Alexandre ficou louco de dor, cortando os próprios cabelos e as crinas dos cavalos do exército, mandou crucificar Glaucias, o médico que havia atendido Heféstion. Até os toques de flautas ficaram proibidos no acampamento. Após massacrar a revoltosa tribo dos Cosseanos, numa contenda intitulada Sacrifício Fúnebre de Heféstion, Alexandre celebrou fabulosos jogos funerais em sua homenagem e determinou que se deveria adorar Heféstion como um herói divino. Guardou um luto rígido durante meses e, pouco tempo depois, ainda estava construindo um esplêndido monumento funerário em honra ao amigo, quando o próprio Alexandre, então na babilônia, veio a falecer.
Muitos dos fatos históricos da antiguidade nunca foram plenamente eclarecidos devido à falta ou carência de documentação e registros escritos, muitos deles perdidos ao longo do tempo.
Os célebres incêndios das bibliotecas de Alexandria, da Babilônia e de Roma consumiram muitos desses registros, outros foram intencionalmente destruídos no princípio da era cristã com o intuito de esconder determinadas verdades; e a morte de Alexandre é um desses fatos dos quais não se tem certeza absoluta de como realmente aconteceu, mas malária, envenenamento, febre tifóide e encefalite virótica são algumas das possíveis causas.

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