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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

CONTO ERÓTICO: CARTA MARCADA

O BOTA-FORA QUE EU ORGANIZARA ANTES DE EMBARCAR PARA UMA SEMANA DE TRABALHO EM SALVADOR, POR CONTA DO BANCO DE INVESTIMENTOS QUE EU GERENCIAVA EM SÃO PAULO, JÁ INVADIA A MADRUGADA E NADA DO PESSOAL IR EMBORA. 

PARA COMPLETAR, UM GRUPO INSISTIA PARA QUE ALEX, NOSSO AMIGO ESOTÉRICO, JOGASSE TARÔ PARA MIM. 

MAU HUMORADO CONCORDEI. TUDO PARA ME LIVRAR DA GALERA E PODER DORMIR. 

COMEÇAMOS A SESSÃO EM MEIO A UM SILÊNCIO COMPENETRADO, QUEBRADO LOGO DE CARA. 

"O QUE É ISSO? VOU COMPRAR UM CASTELO?', PERGUNTEI, RINDO, AO OLHAR A CARTA. 

TODOS GARGALHARAM, MENOS ALEX. 

"ESSA É A PIOR CARTA', DISSE ELE, SÉRIO. 

MEU CETICISMO NÃO IMPEDIU UM CALAFRIO. 

"OK. AGORA VAMOS BEBER, ESSE NEGÓCIO ESTÁ DANDO SONO", PROPUS. "SABE QUEM FAZ O FUTURO? A GENTE!" 

"ISSO MESMO, CÉSAR", GRITOU OUTRO. 

CERCA DE UMA HORA DEPOIS EU ESTAVA LOUCO PARA QUE FOSSEM TODOS EMBORA. 

O CARINHA QUE TINHA SIDO O PRETEXTO PARA QUE EU ARMASSE A FESTA, FEZ-ME O FAVOR DE SAIR COM OUTRO - MALDITO TARÔ, SÓ SERVIU PARA ME DISTRAIR. 

O ÚLTIMO A DESPEDIR-SE FOI ALEX. 

"SEI QUE VOCÊ NÃO QUER SABER, CÉSAR, MAS AQUELE 'CASTELINHO' SE CHAMA TORRE", DISSE. 

"E O QUE SIGNIFICA?', PERGUNTEI FINGINDO INTERESSE. 

"A DESTRUIÇÃO', ELE DISSE. 

"ORA, POR FAVOR", RETRUQUEI IMPACIENTE. 

"CALMA, NÃO É MORTE; A TORRE REDIRECIONA A VIDA E DERRUBA VALORES. MAS, DEPOIS DA DOR, TUDO MELHORA". 

"AINDA BEM QUE O FINAL É FELIZ", RESPONDI RINDO. 

"VOCÊ QUER MAIS UM UÍSQUE?', PERGUNTEI. 

GOSTAVA DELE, ERA O MAIS SIMPLES DENTRE NÓS, O QUE, CLARO, GERAVA PROTESTOS. NADA ALÉM DE UM PRETEXTO PARA DISFARÇAR O PRECONCEITO POR ELE NÃO SABER O QUE TINHA ACONTECIDO 'ONTEM' EM NOVA IORQUE E NÃO TER GRANA PARA SEGUIR MODISMOS. 

"NÃO, QUERIDO, FICA PARA QUANDO VOCÊ VOLTAR DE SALVADOR. VENHO SABER DE SUAS CONQUISTAS', DISSE MALICIOSO. 

"ACHO DIFÍCIL, MORENOS NÃO SÃO MEU FORTE.' RIMOS 

E, ANTES DE ENTRAR NO ELEVADOR, ELE FICOU SÉRIO NOVAMENTE. 

"CÉSAR, ACENDA VELAS BRANCAS PARA INVOCAR EQUILÍBRIO INTERIOR', ACONSELHOU-ME.

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''ESPERO QUE GOSTE DO QUARTO, FICA DE FRENTE PARA O MAR', REPETIA O GERENTE DO HOTEL. 

"COM CERETEZA", RESPONDI. 

PARA MINHA SURPRESA A SUÍTE TINHA ATÉ BANHEIRA DE HIDROMASSAGEM. MAS EU TERIA QUE ADIAR ESSE PRAZER. 

EM DUAS HORAS DEVERIA ESTAR INICIANDO UM TREINAMENTO PARA A EQUIPE DA FILIAL DO BANCO. 

NA VOLTA, RESOLVI EXPERIMENTAR A BANHEIRA. 

QUEM DISSE QUE FUNCIONAVA? 

IRRITADO, LIGUEI PARA A PORTARIA. 

LOGO TOCA A CAMPAINHA. 

"E SE É UM GOSTOSÃO, TIPO BOMBEIRO DE FILME PORNÔ?", PENSEI ANTES DE ABRIR. 

QUASE CAÍ DE COSTAS. NEM MINHA FANTASIA MAIS DELIRANTE IMAGINARIA AQUILO: LOURO, ALTO E COM UM CORPO ABSURDO. 

TUDO - O QUE EU PODIA VER PELO MENOS - ERA GRANDE E GROSSO: PERNAS, PEITO, BRAÇOS, MÃOS. 

DIANTE DAQUILO, MEU 1,80m E O PEITORAL ESCULPIDO NA ACADEMIA NÃO ERAM NADA. 

"ENTÃO?", PERGUNTOU. 

"A BANHEIRA", RESPONDI, PERCEBENDO QUE TINHA FICADO MUDO POR UM MOMENTO E ENTREGARA O JOGO. 

COMO ESTAVA SÓ DE CUECAS, ELE NOTOU MEU PAU CRESCENDO DENTRO DA PEÇA BRANCA. 

ENQUANTO ELE MEXIA NA BANHEIRA, PUXEI PAPO. 

"VOCÊ TRABALHA SÓ NO HOTEL?", PERGUNTEI, ENQUANTO ACENDIA UMAS VELAS VERMELHAS - ENERGIA SEXUAL, COSTUMAVA DIZER ALEX - QUE DECORAVAM O QUARTO. 

"FAÇO PLANTÃO À NOITE, EM TROCA DE MORADIA. MEU NOME É MÍLTON." 


"A LUZ DAS VELAS É A MAIS BONITA, NÃO?", DISSE ELE. 

"SÓ PODE SER GOZAÇÃO", PENSEI. MAS VI QUE FALAVA SÉRIO. 

"HÁ UMA LUZ MAIS BONITA". ABRI A CORTINA E A LUZ DA LUA INVADIU O QUARTO. 

"PÔXA, DO MEU QUARTO NÃO VEJO ISSO", EXCLAMOU ELE. 

"SUPONHO QUE VOCÊ TAMBÉM NÃO TENHA BANHEIRA', ARRISQUEI. 

"NÃO", RESPONDEU. 

"ENTÃO TOME UM BANHO ANTES DE IR."

ELE ACEITOU. 

"E VOCÊ?", DISSE, TIRANDO O JEANS. 

NOTEI QUE SOB A TANGA PRETA, SEU PAU JÁ ESTAVA DURO. 

LOGO ESTÁVAMOS NO MAIOR SARRO DENTRO DA TAL BANHEIRA. 

COM O CARALHO EM RISTE, ELE SENTOU-SE NA BORDA DA JACUZZI ENQUANTO EU CAÍA DE BOCA NAQUELAS BOLAS GRANDES E PELUDAS. 

"ISSO, LAMBE QUE É TODO TEU". 

NA CAMA ENXUGUEI SEU CORPO GIGANTESCO COM A LÍNGUA. 

HAVIA UMA TATUAGEM DAQUELAS VERDES, ANTIGAS, EM SUAS COSTAS. LUA E ESTRELA COBRIAM UMA CICATRIZ. 

"O MOÇO NÃO TEVE VIDA FÁCIL", DEDUZI. 

A BUNDA, REDONDA E LISA, PEDIA VARA. SEM CERIMÔNIA, ENFIEI A LÍNGUA ALI. 

ELE GEMIA COM A CARA ENFIADA NO TRAVESSEIRO ENQUANTO EU LAMBIA DO SACO ATÉ O COMEÇO DA ESPINHA, SEM DESPREZAR MASSAGENS EM SEU CU, QUE LATEJAVA CADA VEZ QUE RECEBIA MEU DEDO. 

"POSSO"?, PERGUNTEI. 

"UHN", ELE DISSE. 

COMO NÃO ERA INICIADO NO DIALETO LOCAL, TRADUZI AQUILO A MEU FAVOR: SIM. 

COMECEI A ENFIAR MEU DEDO EM SEU RABO E, COM A OUTRA MÃO, BATIA UMA PUNHETA EM SEU PAU, MAIS RIJO A CADA ESTOCADA. 

"CHUPA MINHA ROLA", ORDENOU ELE, SE SAFANDO ANTES QUE EU TENTASSE ENFIAR DOIS DEDOS. 

OBEDECI, E ELE ARREGAÇAVA-ME A BUNDA COM DOIS DEDOS QUE VALIAM POR QUATRO. 

DE REPENTE SEUS GEMIDOS AUMENTARAM, TIROU O PAU DA MINHA BOCA E ANUNCIUOU: "VOU TE ARROMBAR." 

"VOCÊ ESTÁ LOUCO", REVIDEI. SUA PICA TINHA MAIS DE VINTE CENTÍMETROS. 

NÃO TEVE JEITO. ELE VESTIU UMA CAMISINHA E ME PÔS DE QUATRO. 

LAMBEU MEU RABO. 

DEMOREI A ME ACOSTUMAR COM AQUELA TORA DENTRO DE MIM. 

ELE ENFIAVA ATÉ O TALO E ESFREGAVA O SACO EM MINHA BUNDA.

"REBOLA", DIZIA. 

PODERIA TER DURADO A NOITE INTEIRA. 

"VOU GOZAR", GEMEU, RASGANDO A CAMISINHA E DESPEJANDO PORRA FERVENTE EM MINHAS COSTAS. 

AS VELAS ESTAVAM NO FINAL QUANDO GOZEI.

ELE BEIJOU-ME NA BOCA PELA PRIMEIRA VEZ: 
 
"ESPORRA NO MEU PEITO, ME MELA". 

INUNDEI SEU TÓRAX PELUDO. 

GOSTEI DA HISTÓRIA DAS VELAS E NÃO DEIXER FALTAR DURANTE AS NOSSAS OUTRAS FODAS. SEMPRE VERMELHAS. 

ELE NÃO ME DEIXAVA COMÊ-LO, MAS NÃO SE IMPORTAVA QUE EU ENFIASSE ATÉ A MÃO EM SEU RABO. 


"VOU EMBORA AMANHÃ", DISSE NA ÚLTIMA NOITE, ENQUANTO FAZIA DA PORRA DELE UMA LAMA EM MEU PEITO. 

"EU TE AMO", DISSE ELE AO MESMO TEMPO QUE ENDURECIA DE NOVO O PAU E O ESFREGAVA EM MINHA COXA. 

"EU TE AMO", REPETI ZONZO.

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NA FESTA SEGUINTE, APRESENTEI-O À TURMA. 

LOGO COMECEI A RECEBER TELEFONEMAS. 

OUVI DE TODOS, MENOS DE ALEX, A MESMA LADAINHA. 

"NÃO, NÃO É SÓ UMA AVENTURA", EU RESPONDIA, "SIM, FUI EU QUEM O CONVIDOU PARA VIR." 

GOSTÁVAMOS DE FUDER NA VARANDA E, MUITAS VEZES, GOZÁVAMOS JUNTO COM UM VIZINHO QUE NOS OBSERVAVA. 

DURANTE O DIA ELE ME LIGAVA E ME FALAVA SACANAGENS, O QUE ME FAZIA LARGAR O SERVIÇO E, NO BANHEIRO, ESFOLAR O PAU PENSANDO NO QUE ME ESPERAVA EM CASA. 

NAQUELA TARDE SAÍ DO TRABALHO NO MEIO DO EXPEDIENTE. 

COMO SABIA QUE ELE NÃO ESTAVA, DECIDI PREPARAR-LHE UMA SURPRESA. 

COMPREI VELAS E SEU UÍSQUE FAVORITO. 

INFELIZMENTE A GARRAFA CAIU NO CHÃO QUANDO ABRI A PORTA E O ENCONTREI NO SOFÁ, SENTADO NO PAU DE UM DOS MEUS 'AMIGOS'. 

EM PÉ, UM CARA QUE EU NÃO CONHECIA FODIA SUA BOCA: 

"MAMA MINHA ROLA QUE EU VOU TE ENCHER A BOCA DE LEITE". 

FECHEI A PORTA, NADA PIOR DO QUE UMA TREPADA INTERROMPIDA, NÃO É? 

O SACO DÓI SE RETEMOS O GOZO. 
 
VOLTEI NA MANHÃ SEGUINTE E MAIS NADA DELE ENCONTREI. NEM UM BILHETE. 

LIGUEI PARA O 'AMIGO' - "E ELE NUNCA ME DEU O CU', PENSEI. 

O FULANO GARANTIU-ME NÃO SABER DELE. 

NÃO MENTIA. ERA ESTÚPIDO DEMAIS PARA ISSO. 
 
CONFESSOU-ME QUE MUITOS PASSAVAM EM MINHA CASA À TARDE. 

HÁ MESES ESPERO NOTÍCIAS. NÃO CONSIGO TER TEZÃO EM NINGUÉM. 

VOLTEI A SALVADOR E NÃO O ENCONTREI. 

NÃO CONSIGO ME CONCENTRAR NO TRABALHO. 

DEVO PEDIR UMA LICENÇA. SEM REMUNERAÇÃO, AVISARAM-ME. 

PAREI DE MALHAR E, PARA DIZER A VERDADE, MAL TENHO ÂNIMO PARA FAZER A BARBA. 

O ÚNICO QUE RECEBO É ALEX, MEU AMIGO DO TARÔ. ACHO QUE ELE TEM TEZÃO EM MIM. 

DEVO ESTAR CONFUNDINDO AS COISAS. MAS GOSTO QUANDO ELE ME TRAZ VELAS BRANCAS. 

TEXTO: CARTA MARCADA
EXTRAÍDO DA REVISTA G MAGAZINE, EDIÇÃO N° 17 (FEVEREIRO DE 1999)

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