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sábado, 16 de abril de 2011

A DOR DE UMA PAIXÃO: COMO DEFINIR O QUE EU SÓ SEI SENTIR?

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Ontem,
ao luar,
nós dois
em plena solidão,
tu me perguntaste
que era a
dor de
uma
paixão.
Nada respondi,
calmo assim
fiquei,
Mas, fitando o
azul
do azul do céu,
a lua azul
eu te
mostrei...
Mostrando-a a ti,
dos olhos meus correr senti uma
nívea lágrima
e, assim, te respondi.
Fiquei a sorrir
por ter o prazer
de ver a
lágrima nos
olhos a sofrer.
A dor da paixão
não tem explicação,
Como definir
o que eu
só sei sentir.
É mister sofrer
para se saber
o que no
peito o coração
não quer dizer.
Pergunta ao luar,
travesso e
tão taful,
de noite a
chorar na onda
toda azul.
Pergunta, ao luar,
do mar à canção,
qual o mistério
que há na dor
de uma paixão.
Se tu desejas
saber
o que é o amor
e sentir o
seu calor,
o amaríssimo travor
do seu dulçor,
sobe um
monte á beira mar,
ao luar,
ouve a
onda sobre
a areia
a lacrimar.
Ouve o
silêncio
a falar na
solidão
de um
calado coração,
a penar,
a derramar os
prantos seus.
Ouve o choro
perenal,
a dor silente, universal
e a dor maior,
que é a dor
de Deus.
Quando Jesus,
meigamente solitário,
lá no cimo
do calvário,
seus olhos,
indulgente,
erguia aos céus,
quanta dor,
quanta poesia,
a penar,
nos seus
olhos luz luzia,
a meditar.
Não era a
dor de
não ter
esse poder
de remir a humanidade
da eterna atrocidade
do sofrer
Era, sim, a
crúcea pena
de sentir
por Madalena
o coração desfalecer.
Se tu queres mais
saber a fonte dos
meus ais,
põe o ouvido
aqui na rósea flor
do coração,
ouve a
inquietação da
merencória pulsação...
busca saber
qual a razão
por que ele vive, assim,
tão triste a
suspirar,
a palpitar,
em desesperação,
a teimar,
de amar
um insensível
coração,
que a
ninguém dirá no
peito ingrato
em que ele está,
mas que ao
sepulcro, fatalmente,
o levará.
/
TEXTO: Ontem Ao Luar
AUTORIA DE Pedro Alcântara & Catulo Da Paixão Cearense

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